sexta-feira, 27 de março de 2020

A pandemia e as crises - parte 1

Neste momento o mundo passa por diversas transformações, nem todas agradáveis e que sejam fáceis de lidar, principalmente com algumas consequências que ocorrem por algumas dessas decisões. Dito isto, vamos a algumas considerações.
P.S.: neste texto irei tratar sobre o coronavírus e algumas questões sobre a doença, o texto não é um artigo científico, são basicamente informações que colhi de diversas fontes e agrupei para escrever o texto. Caso queira informações mais precisas, busque os artigos científicos que estão sendo disponibilizados pela comunidade científica.

O coronavírus e a COVID-19

O que conhecemos hoje sobre o SARS-CoV-2 ou mais popularmente conhecido como coronavírus? (É importante destacar que COVID-19 é o nome da doença causada por esse coronavírus)
Antes de falarmos do atual vírus, vamos a uma pequena retrospectiva. O primeiro coronavírus que causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave (na sigla em inglês - SARS) foi identificado em 2002, ou seja, a uns 18 anos atrás.
O SARS-CoV-2 é altamente contagioso, seus sintomas mais leves são comparados a uma gripe normal, mas que desencadeia complicações em pessoas que tem problemas de saúde. Assim, podemos tirar uma conclusão sobre os doentes com COVID-19?
Tem pessoas falando que só idosos ficam doentes e morrem, mas não é bem isso! Pessoas com duas ou mais doenças, ou até mesmo só com uma doença grave, têm uma tendência a desencadear as versões moderada e grave da COVID-19, que levam a hospitalização. A confusão ocorre porque com a idade o grupo de pessoas formado pelos idosos geralmente tem mais de um problema de saúde, o que agrava a situação em relação a COVID-19.
Desta forma, ser jovem não isenta de contagio pelo coronavírus e tão pouco de precisar de hospitalização, fazendo com que a questão seja quão saudáveis são esses jovens e como os jovens que possuem problemas de saúde podem desenvolver as versões moderada e grave da COVID-19.
Como dito, esse coronavírus possui uma alta taxa de contágio, o que impede a realização da proposta de algumas pessoas em fazer uma "imunização de manada" porque força o sistema de saúde que entra em colapso, ou seja, não é uma questão de ter ou não um colapso, mas de quando este vai ocorre se outras medidas não forem tomadas.
Para entender o erro dessa proposta, temos que entender como o coronavírus se propaga e como a doença se desenvolve na pessoa.
O contágio ocorre em cadeia, uma pessoa doente pode propagar a doença para quem tem contato com alguma secreção ou com a superfície contaminada. Alguns artigos científicos falam que um doente pode contaminar de 2,3 pessoas, mas para simplificar vamos usar de 2 a 3 pessoas - para efeito de comparação, a influenza (gripe comum) tem uma taxa de contágio de 1,3 pessoa.
Algumas análises falam que o coronavírus consegue permanecer ativo por até 72 horas, dependendo da superfície. Assim, uma superfície contaminada hoje, pode vir a contaminar uma pessoa daqui até 3 dias se esta não for limpa durante esse período. Por isso que uma das recomendações mais importante é higienização das mãos, pois é por meio delas que acaba ocorrendo a contaminação, devido a pessoa tocar uma superfície contaminada e depois encostar alguma mucosa com as mãos.
Cabe destacar que higienizar as mãos é lavar as mãos com água e sabão, o que já é suficiente, e que a higienização com álcool em gel deve ser feita na impossibilidade de lavar as mãos, isto é, quando a pessoa está na rua. E se a outra recomendação é o distanciamento social, com o isolamento na residência e que só saia para eventuais compras de alimentos e remédios, não é necessário fazer um grande estoque de álcool em gel se você pode ficar em casa. Este deve ser um recurso para quem necessita sair de casa.
Bem, agora vamos entender como a doença ocorre de um modo bem resumido (se alguém quiser se aprofundar, é só pegar artigos científicos sérios). Entre o 1º dia - o dia de contaminação - e até mais ou menos o 4º ou 5º, o vírus permanece se multiplicando no organismo da pessoa. Entre o 4º e 6º dia pode ter o início de contágio para outras pessoas. Pelo 6º dia começam a aparecer os primeiros sintomas e normalmente a pessoa vai buscar alguma assistência médica. Mas o doente só vai apresentar problemas mais graves pelo 14º dia, o que geralmente demandará hospitalização, ou seja, até este dia a pessoa poderia ficar em casa se tiver os sintomas mais leves e não apresentar agravamento da doença. E dependendo de alguns fatores, como idade, condição de saúde, doenças pré-existentes e tal, o doente pode ser internado antes ou depois do 14º dia.
Até agora temos um percentual aproximado de 80% dos doentes com COVID-19 com sintomas leves a moderados - com até uma leve pneumonia - e uns 20% com problemas severos a críticos, que necessitam de hospitalização, chegando a precisar de ser entubado devido a dificuldade em respirar e/ou internação na UTI - por volta de uns 5% dos doentes -, demandando maiores cuidados.
O percentual total de mortos fica em torno de uns 2% a 3% dos doentes, parece pouco assim por considerar todos os casos. Mas se pegarmos os casos de doentes por faixa etária, temos algo em torno de uns 15% de mortos nas faixas etárias mais altas. E como comentei anteriormente, se a pessoa tiver problemas de saúde, estes acabam por aumentar as chances da pessoa vir a falecer pelos danos causados ou agravados pela COVID-19.

No próximo texto irei tratar sobre as formas de prevenção e o sistema de saúde.